A cantora e pintora María Rivas é uma apaixonada pela Música

  • Photo: Kevin Winter/WireImage.com
    Maria Rivas
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    Maria Rivas
  • 14a. Entrega Anual del Latin GRAMMY
Setembro 25, 2013 -- 7:46 am PDT

A cantora e pintora María Rivas é uma apaixonada pela música - mas não somente por um gênero ou estilo em particular.  Rivas, que começou sua carreira em 1990 com seu extraordinário disco de estréia, Primogénito, parecia estar enamorada de todos os sons do mundo.

Com sua voz aveludada e acompanhada por exímios músicos do jazz latino, a cantora tem demonstrado seu ecletismo através de um repertório rico e variado que inclui elegantes versões de clássicos como "Bésame Mucho" e "Moliendo Café"; páginas históricas do jazz como "A Night In Tunisia"; a melancolia inglesa do grupo de rock progressivo Genesis e sua "Mad Man Moon" - além de surpresas tão inesperadas como sua deliciosa interpretação do hino grunge "Smells Like Teen Spirit", do Nirvana.

Não surpreende, então, que Rivas tenha sido a candidata perfeita para criar a pintura oficial que comemora neste ano a 14ª edição do Latin GRAMMY.  Rivas se dedicou a este projeto com toda a paixão que a caracteriza, desde o momento em que lhe ofereceram o trabalho.

"Quando me deram a notícia de que havia sido escolhida para fazer a ilustração do Latin GRAMMY, eu me encontrava em Maiorca, visitando minha família", nos conta a cantora de sua casa na Venezuela.  "Afortunadamente tinha comigo material de pintura, então pude, imediatamente, começar a rascunhar esboços. Em uma tarde, pintei a figura do gramofone, mas notei que lhe faltava algo. Como a música hoje em dia se transformou em uma arte audiovisual, decidi agregar ao quadro um olho saindo do gramofone junto às notas multicores, refletindo, assim, as tendências do novo milênio".

O trabalho final foi criado com acrílico sobre tela, utilizando cores fosforescentes e a influência do movimento cubista.  A leveza das linhas e a harmonia da composição final não deixam a menor dúvida: levando-se em consideração que María Rivas acaba de completar trinta anos de carreira musical, as artes plásticas têm tido uma presença constante em sua vida.

"O destino me conduziu até a música, mas sempre me restou uma vontade de querer mostrar ao mundo meu estilo pictórico", explica.  "Estudei arte durante toda a minha vida, e desde criança tive a influência de meu pai, que gostava muito de Picasso e Matisse. Ele tinha um jornal e fazia todas as manchetes e as letras, além das caricaturas. Graças a ele, aprendi a arte da caligrafia".

No entanto, Rivas não resolveu colaborar com a Academia Latina da Gravação por vontade própria.  Isto aconteceu graças ao auxílio de um amigo que acreditou em seu talento e indicou o seu trabalho sem que ela soubesse.

"Este meu amigo gosta muito de meu estilo de pintura. Quando tomou conhecimento de que estava sendo feita a pré-seleção para eleger o ilustrador deste ano, me pediu que lhe entregasse cópias de todas as minhas obras. Houve uma seleção final de quatro artistas e, por sorte, escolheram a mim. Meu amigo disse que é pela justiça romântica da vida que, finalmente, recebo um reconhecimento por minha pintura".

A boa notícia provocou em Rivas uma onda de inspiração.  Depois de terminar a pintura para o Latin GRAMMY, começou uma nova série de sete pinturas inspiradas em alguns de seus músicos favoritos da América Latina.  Um dos quadros é um tributo a Agustín Lara e seu tórrido amor por María Félix.  Também estão presentes Oscar D'León, Astor Piazzolla, Sara Montiel e o cantor do grupo Soda Stereo, Gustavo Cerati, entre outros.

"A ideia desta nova coleção é representar os arquétipos e o misticismo da música latino-americana", disse Rivas.  "Combinei meu traço próprio com a estética de pintores como Matisse, Picasso e Chagall, o movimento fauvista e o mundo dos comics, do qual sempre tive uma grande influência. Para mim, Agustín Lara foi o Cole Porter do mundo latino, e María Félix semelhante a Ava Gardner. Os dois se vincularam em uma paixão destrutiva, mas que gerou uma música tão terna quanto romântica".

A ideia de Rivas é expor os novos quadros durante uma turnê na qual a cantora interpretaria clássicos do cancioneiro latino-americano.

"Gostaria muito de levar esta turnê a Miami, como também à Venezuela, Colômbia, Argentina e a outros países. A ideia do trabalho é evocar a música latina através das almas de todos estes grandes artistas".